Extrair da terra os elementos para manter a vida é uma arte que nasceu com o homem. Sua prática já envolveu rituais, alquimia e, hoje, ciência. Falar sobre ela e os benefícios que podemos desfrutar com a Arte Officinalis será o conteúdo desta página.
sábado, 21 de dezembro de 2013
domingo, 25 de agosto de 2013
Vivencie o sabor
A
experiência sensorial produzida pelo contraste da acidez suave da nêspera ou
ameixa
Descubra o sabor passo a passo do Filé de Salmão com sálvia ao molho de Nêsperas:
domingo, 18 de agosto de 2013
Idêntico ao natural de...
A informação “Sabor artificial idêntico ao natural de...” é tão comum que já aprendemos (ou estamos condicionados) a olhar para ela como se fosse algo muito bom, do qual precisaremos sempre.
Os laboratórios são grandes palcos de mágica e nós, químicos, os mestres ilusionistas. Lá, uma coisa vira outra, e outra, e outra; afinal, o dinamismo das possibilidades de combinações apenas espera por mentes analíticas e mãos habilidosas para manipulá-los.
Mas, qual o benefício da presença artificial naquilo que comemos e bebemos?
Quando os “idênticos ao natural” chegam às indústrias de alimento, acabam se convertendo em sabores cada vez mais distantes da natureza que os inspirou. Morango, uva, chocolate, maçã, laranja, baunilha, entre os tantos, contém informações sensoriais muito distorcidas daquelas registradas na memória palatal e olfativa dos seres humanos, que através da exposição permanente, já perderam a noção do verdadeiro e, portanto, que estão sendo enganados.
Como assim?
Quando comemos uma fruta, seu aroma,
cor textura e sabor são sinalizadores sensoriais sobre quais as substancias
naturais, necessárias para a função celular, estamos trazendo para o corpo.
Assim, nosso metabolismo se prepara para processar todo o conjunto dos
nutrientes presentes, numa fantástica seqüência de reações bioquímicas. Porém,
quando bebemos um suco de laranja industrializado, por exemplo, a maior
presença da fruta está na imagem externa das caixas, pois estas vêm carregadas
com gomas espessantes para conferir textura e viscosidade, o éster aromatizante,
acetato de octila, corante Amarelo crepúsculo, que é
uma versão sulfonada do corante Sudan I, um possível carcinogênico. Tudo isto na tentativa de
tornar a mistura mais parecida com o néctar verdadeiro e, claro,
os conservantes para garantir que esta meleca chegue ao copo antes de
apodrecer. Imagine então o que você bebe daqueles “práticos pozinhos” para
suco?
E como fica o ácido ascórbico, nossa vedete, a
vitamina C? Ah sim, isto tem, sintético. Foi acrescentado para atuar como antioxidante,
meio estranho aos compostos naturais e equilibrados do suco verdadeiro, mas
quem se importa? Eu me importo, afinal, no suco da laranja natural temos as
flavonas, que promovem a absorção da vitamina C, que ajuda a formar colágeno
para uma pele saudável. Ainda é pouco? Que tal o efeito da hesperidina, um
componente anticancerígeno, mas que não age sozinho; acredita-se atuar em
sinergia com outros fotoquímicos procedentes do fruto?
Ao sermos enganados voluntariamente pelo “artificial idêntico ao natural de”, em nossa mente consciente achamos que isto não terá o menor impacto sobre nosso corpo. É até melhor, pensam alguns, o gosto é mais “forte”. Mas, a realidade é que nossas células não pensam assim. Durante o processo evolutivo elas adquiriram a capacidade de “trabalhar” todas as substâncias naturais integrantes da dieta e, desta forma, os receptores de membrana precisam dos elementos específicos, passados em primeira informação para os sentidos. O revestimento do nosso estômago depende das mucilagens daquele suco para sua proteção, no entanto, uma imitação grosseira feita com gomas e corantes, acrescida de ésteres, misturas de álcool e ácido que lhe conferem aroma e sabor, não tem o mesmo papel e ainda acabam atacando aquelas mucosas desprotegidas do trato gastrointestinal.
Ao sermos enganados voluntariamente pelo “artificial idêntico ao natural de”, em nossa mente consciente achamos que isto não terá o menor impacto sobre nosso corpo. É até melhor, pensam alguns, o gosto é mais “forte”. Mas, a realidade é que nossas células não pensam assim. Durante o processo evolutivo elas adquiriram a capacidade de “trabalhar” todas as substâncias naturais integrantes da dieta e, desta forma, os receptores de membrana precisam dos elementos específicos, passados em primeira informação para os sentidos. O revestimento do nosso estômago depende das mucilagens daquele suco para sua proteção, no entanto, uma imitação grosseira feita com gomas e corantes, acrescida de ésteres, misturas de álcool e ácido que lhe conferem aroma e sabor, não tem o mesmo papel e ainda acabam atacando aquelas mucosas desprotegidas do trato gastrointestinal.
Nesta
gangorra que desperta e frustra constantemente o metabolismo, pode haver uma
resposta compulsiva alimentar que nunca será satisfeita, tendo como conseqüência
a síndrome metabólica e o comprometimento da saúde. Isto vai muito além, pois
se há mais de 23 séculos Hipócrates já dizia "Que
seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio", hoje, na contramão da vida, fazemos dele o nosso
veneno.
Texto: Romualdo Vicente De Ramos
Imagens:
http://www.neozapp.com.br/paginas/portfolio/fotografia_indice.html
sábado, 6 de abril de 2013
Temperos da natureza
A
imagem que ilustra a introdução do nosso blog retrata detalhes da folhagem de
uma parreira, ou videira, em pleno auge do seu ciclo produtivo.
Em
todas as regiões do planeta com clima temperado, seus produtores não descansam
buscando sempre as melhores cepas para satisfazer o paladar, não só dos mais
sofisticados e exigentes enólogos, como também do grande público consumidor
espalhado pelo mundo.
Imagem 01 |
Esta
trepadeira da família das Vitaceae, denominada Vitis sp. traz evidencias, já no período neolítico, do seu cultivo para
a produção de vinho na região do Egito e Ásia Menor, o que faz desta uma das
atividades mais antigas da civilização, conquistando notoriedade através dos
séculos, gerando mitos e histórias que fazem dele, o vinho, nobre representante
da química, agricultura e alta cultura.
Imagem 02 |
A
prática de transformar as plantas ou extrair delas seu teor para utilizá-lo com
fins inimagináveis é uma atividade que acompanha a evolução da nossa espécie e,
em certo período da história, já foi a grande alquimia que diferenciou, e até condenou, muitos dos seus praticantes. Hoje, com os recursos modernos,
principalmente no campo da química, esta atividade vem possibilitando ao homem
moderno guardar as propriedades específicas das plantas para atender
necessidades em qualquer época, independente da sazonalidade das colheitas.
Imagem 03 |
Isolar um fito ativo (princípio ativo das plantas) empregando técnicas apropriadas para
cada espécie é um recurso presente no cotidiano da produção de substâncias para
os mais diversos fins. Perfumes, fitoterápicos, cosméticos e principalmente
alimentos são os segmentos que mais apresentam novidades oriundas do reino
vegetal.
A
criação da linha de temperos de Cozinha Officinalis é a mais recente novidade para
os amantes da gastronomia. Para profissionais ou amadores, utilizar o extrato
de uma planta aromática possibilita a tão desejada concentração padronizada de
ativos específicos, para obter o sabor equilibrado que se busca ao preparar um
prato.
Assim
como a qualidade do vinho depende do terroir, entre outros fatores, nos temperos em extrato encontramos também a padronização do sabor. Para melhor
compreender este aspecto, vamos considerar o alecrim (Rosmarinus officinalis), que originalmente se desenvolveu em
terrenos áridos da região do mediterrâneo, logo, a concentração dos ativos contidos nas espécies adaptadas ao clima úmido, como ocorre com outras
plantas, já não são as mesmas daquelas cultivadas em seu ambiente original,
podendo até variar a predominância de certos componentes.
Imagem 04 |
Se
a procura do tempero seguir os mesmos cuidados que se tem ao escolher um vinho,
certamente a proposta de Cozinha Officinalis atenderá as necessidades de
consumidores mais exigentes, pela praticidade e qualidades organolépticas que o
produto oferece, obedecendo a uma excelente relação custo-benefício.
Fontes:
Texto: Romualdo Vicente de Ramos
Imagens: 01,02 e 04 - fotos de Bernadéte Schatz Costa
Imagens 03: http://nossovinho.com/wp-content/uploads/
Fontes:
Texto: Romualdo Vicente de Ramos
Imagens: 01,02 e 04 - fotos de Bernadéte Schatz Costa
Imagens 03: http://nossovinho.com/wp-content/uploads/
sexta-feira, 29 de março de 2013
Por que “Arte Officinalis”?
Atualmente a palavra officinalis nos remete à ideia de plantas utilizadas
como remédio. Na origem latina, opficina significava uma oficina. Mais tarde
referiu-se a depósito de um mosteiro, onde os medicamentos e outros
itens de necessidade eram mantidos, então, uma loja de ervas e, finalmente, a uma
farmácia. Daí, Linnaeus* a empregou no sistema binomial em latim botânico
para ervas e plantas que tradicionalmente estabeleceram seu uso por suas
propriedades de cura.
Aqui, em Arte Officinalis, será apresentado tudo o
que vem da produção, seguindo o percurso da vida que nos presenteia com o bem e
a saúde, recompensas encontradas em abundancia na natureza, fabricante e
fornecedora para todo opifex (trabalhador) em qualquer opficina.
* Linnaeus - Carolus Linnaeus, (1707-1778) foi um botânico, zoólogo e médico sueco, criador da nomenclatura binomial e da classificação científica, sendo assim considerado o "pai da taxonomia moderna".
Assinar:
Postagens (Atom)